Uma explosão de um tanque de óleo em manutenção na fábrica Prisma, que produz biodiesel em Sumaré, matou dois trabalhadores: Thiago Albino Benedicto, líder de manutenção, e, Maicon Roberto João, auxiliar de manutenção. Com a explosão, Thiago foi arremessado para dentro da caldeira e morreu carbonizado. Maicon foi jogado no solo e chegou a ser levado com vida para o Hospital Regional de Sumaré, porém, não resistiu.
Assim que souberam do acidente, dirigentes do Sindicato Químicos Unificados compareceram à fábrica da Prisma para participar da apuração das causas do acidente, porém foram impedidos de entrar no local – o que demonstra falta de transparência e desrespeito à ação sindical.
No dia seguinte ao acidente, sem respeitar o momento de dor e abalo de todos, a Prisma convocou os trabalhadores para pedir que não passassem nenhuma informação ao sindicato. Mais uma flagrante prática antissindical.
Para o Unificados, este acidente tem sua causa ligada à ausência de políticas de saúde e segurança dentro da Prisma. A fábrica em Sumaré tem em torno de 45 a 50 trabalhadores, porém não contava com uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa). Conforme determina a legislação, empresas com mais de 20 trabalhadores devem instalar a Cipa com um representante dos trabalhadores e outro da empresa. Outro fato chama atenção e será alvo de apuração do Unificados: Maicon havia sido contratado há cinco dias do acidente. Teria a empresa oferecido treinamento suficiente para que o trabalhador desempenhasse aquela atividade?
O fato dos trabalhadores estarem utilizando Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) como capacete, cinto, luvas e óculos de proteção não retira a responsabilidade da empresa pelo o que ocorreu. No caso de uma explosão como esta, nenhum EPI seria capaz de assegurar proteção.
Jornadas nocivas
O sindicato também denuncia a imposição de uma jornada nociva aos trabalhadores. Desde o dia 1º de abril, a direção da Prisma impôs aos trabalhadores a jornada (6×2). O Unificados não concorda com esta jornada e por isso não autorizou sua aplicação, nem assinou acordo. Porém, a empresa pressionou os trabalhadores a assinar acordos individuais. Nesta jornada, os empregados só conseguem folgar aos finais de semana (sábado e domingo) após 45 dias. Não contar com descanso adequado é um fator de risco aos trabalhadores.
Telhado danificado com a explosão que causou a morte de dois trabalhadores da Prisma, em Sumaré