Trabalhadores da Merial- Boehringer, em Paulínia, estão em greve contra a posição arbitrária e intransigente da empresa em impor a todos a jornada de segunda a sábado, sacrificando os momentos de convívio dos companheiros. Além disso, a empresa impôs banco de horas nas unidades de Campinas e Paulínia.
Jogo sujo
A empresa entrou na Justiça com um mecanismo processual chamado Interdito Proibitório, que nada tem a ver com nossa greve. Este mecanismo está relacionado a agressões iminentes que ameaçam a posse de propriedade privada. O Unificados ressalta que fazer greve é um direito dos trabalhadores. A paralisação da produção respeitou a decisão em assembleia, seguindo todos os passos legais. Só houve paralisação porque a empresa não apresentou solução à reivindicação dos/as trabalhadores/as.
Histórico
O Unificados havia rejeitado as propostas da empresa em reunião no final do ano passado e alertado que os trabalhadores não aceitariam tais mudanças. Porém, a Merial ignorou e quis “pagar para ver” comunicando que a alteração de jornada passaria a valer a partir do primeiro dia de janeiro.
A regional Campinas do Sindicato Químicos Unificados realizou assembleias dia 29/01 e os companheiros decidiram realizar um dia de protesto para que a empresa reabrisse a negociação. A pauta protocolada pelo sindicato reivindicava a anulação das alterações realizadas e a implantação da 5ª turma, que poderia solucionar as demandas por produção. Após o protesto, a empresa chamou ou sindicato para uma reunião, porém sem acordo.
Como a empresa não atendeu às reivindicações, os/as companheiros/as do 3º turno iniciaram a greve a partir do dia 30/01. Houve assédio moral por parte da chefia para desmobilizar a paralisação, mas a unidade prevaleceu entre os/as companheiros/as. A greve está em curso e envolve todos os trabalhadores da fábrica.
Sábados e domingos livres
O Unificados defende que os/as trabalhadores/as tenham sábados e domingos livres. O descanso aos finais de semana é fundamental para a saúde dos trabalhadores porque assegura o convívio familiar, a vida social. Na Merial, até então, os companheiros folgavam sábado e domingo alternados. Ao mudar a jornada, a empresa está privando os/as trabalhadores/as de terem qualidade de vida. Esta situação favorece o estresse, o sofrimento psíquico, adoecimento físico e acidentes.
Em relação ao banco de horas, a atual Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) deixa claro que o banco de horas não se aplica a quem trabalha em turnos. Nos casos em que é permitido, é necessário que os/as trabalhadores/as decidam em assembleia realizada pelo sindicato. A Merial Boehringer Ingelheim não respeitou o que determina a cláusula da CCT.