O número de contaminados pela gripe H3N2 e a Covid-19 está crescendo no Brasil e no mundo, e isso se reflete também nas fábricas químicas. Os dirigentes sindicais dos sindicatos filiados à Fetquim do ABC, Campinas e Jundiaí, confirmam que a onda de gripe neste início do ano está presente em diversas cidades nas fábricas químicas chegando em locais com mais de 70 trabalhadores afastados devido à gripe e ou pela suspeita de Covid. Isso está sobrecarregando diversos trabalhadores que tem de fazer hora extra para cobrir as ausências no trabalho e devido a quarentena necessária dos trabalhadores afastados.
Permanece um número elevado de mortes por Covid-19 no Brasil, com mais de 620 mil óbitos, e agora também, em pleno início de 2022, 11 estados no Brasil enfrentam a pandemia e surtos da nova variante de gripe H3N2 com dezenas de mortes.
O surto de gripe está vindo junto com a nova variante Ômicron da Covid-19, segundo a médica Margareth Dalcomo, da Fio Cruz do Rio de Janeiro.
A nova onda de gripe com Covid-19, tem sido anunciada por vários pesquisadores entre os quais o neurocientista Miguel Nicolelis que recentemente afirmou que na “ilha do negacionismo ( Brasil)”, pelo baixo índice de testagem e falta de dados confiáveis do Governo Federal, a proliferação dessa onda de gripe e Covid poderá ser incontrolável.
A pesquisadora e médica Ludhmila Hajjar, do Hospital das Clínicas de São Paulo, em entrevista do jornal O Globo (12/01) afirmou que os vacinados, por estarem imunizados “dificilmente passam do atendimento ambulatorial”, no caso de contraírem gripe ou mesmo Covid, porém o efeito sobre os não vacinados será devastador e brutal.
O Centro de Controle e Prevenção de Doenças americano (CDC) devido a onda avassaladora da nova variante de Ômicron da Covid-19 está recomendando que todos possam utilizar as máscaras N95/PFF2/KN95 (cirúrgicas) para que todas as pessoas tenham proteção total contra a transmissibilidade de contágio em dobro que a variante Ômicron possui.
Medidas de proteção e protocolos devem ser reforçados e a atenção aos terceirizados deverá ser redobrada
André Henrique Alves, dirigente do Sindicato Químicos Unificados e secretário de Saúde da Fetquim CUT/Intersindical, lembra que “ há a necessidade de observação rígida de todos os protocolos quanto ao contágio de Covid nas fábricas, como máscaras com maior proteção tipo cirúrgica, transporte adequado sem aglomeração até o local de trabalho e ao mesmo tempo que todos os trabalhadores tenham testagem rápida de Covid”.
Importante averiguar a garantia de afastamento aos trabalhadores com suspeita de Covid, a continuidade de vacinação para todos e todas tanto de Covid quanto a nova gripe. O acordo feito com o setor farmacêutico para que todos sejam vacinados deve avançar para todo o setor químico. “Bolsonaro representa a morte com seu negacionismo no enfrentamento da Covid.”
Airton Cano, coordenador da Fetquim-CUT, ressalta que “frente a essa nova onda de gripe e Covid é preciso ficar atento aos trabalhadores que estão sendo sobrecarregados nas fábricas devido os afastamentos dos que estão com gripe e suspeita de Covid, principalmente os jovens em estágio e os terceirizados dentro das fábricas. “Suspender por hora a volta às fábricas do pessoal que ficou em home office. Devemos continuar nosso embate contra esse governo negacionista e que despreza a saúde dos trabalhadores, e ao mesmo tempo exigir o cumprimento de nossos direitos sociais e de saúde do trabalhador assinados com a Patronal na última Campanha Salarial”.
Fonte: Fetquim