A Articulação Brasileira da Economia de Francisco e Clara vem por meio desta manifestar seu repúdio ao fim do auxílio emergencial.
Neste contexto de pandemia, crise sanitária, crise socioambiental e política, o desemprego aumentou massivamente, o que avassalou as condições econômicas da maioria dos trabalhadores brasileiros. A precariedade da manutenção da vida, que já estava em situação preocupante antes do advento da Covid-19, passou a ser recorrente no cotidiano, aumentando a insegurança típica dos períodos de calamidade social.
É inaceitável que o governo não cumpra seu papel de salvaguardar aqueles que estão sendo diretamente impactados nesta conjuntura, os mais pobres, principalmente diante das dificuldades oriundas de um contexto pandêmico que ainda se arrasta, haja vista a demora em se efetivar um plano de imunização para a população brasileira. Atualmente, segundo os dados do IBGE, 14, 1 milhões de brasileiros se encontram no desemprego. Para piorar as condições sociais, estamos reféns de uma política econômica anacrônica que coloca, mediante a justificativa de um “equilíbrio econômico”, os interesses do grande capital financeiro acima das necessidades reais do povo brasileiro. O resultado deste ditame é um austericídio econômico para o povo, enquanto o capital transnacional atinge altos rendimentos na bolsa de valores. Ademais, lembramos que em 2019, o governo perdoou R$ 47,4 bilhões em dívidas de grandes empresas. Isso deixa explícito que os mais necessitados não estão sendo tomados com a devida relevância.
Precisamos urgentemente de uma política econômica que coloque as necessidades humanas reais do povo brasileiro em primeiro plano e a Soberania Brasileira como horizonte estratégico, que tenha o cuidado com a Mãe Terra e teça outras formas de organização da vida, pondo fim à política econômica da morte.
Afinal, o Brasil é signatário da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas, destacando-se entre os princípios de tal agenda, a erradicação da pobreza e o princípio da prosperidade, que visa assegurar a todos os seres humanos uma vida próspera e de plena realização pessoal. No qual o progresso econômico, social e tecnológico seja a expressão da harmonia com a natureza.
Com o fim deste recurso social, 68 milhões de brasileiros ficarão sem nenhuma fonte de renda, sem condições mínimas de comprar o alimento, e a própria economia real deixa de ser movimentada significativamente num contexto de já sabida estagnação.
O exposto acima leva a afirmar: não aceitamos o fim do Auxílio Emergencial e conclamamos a sociedade a denunciar esta necropolítica encampada pelo governo de Jair Bolsonaro.
Articulação Brasileira pela Economia de Francisco e Clara (ABEFC)
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