Os sindicatos filiados à Fetquim (Federação dos Trabalhadores do Ramo Químico do Estado de São Paulo) definiram a pauta de reivindicações e as estratégias de luta para a campanha salarial do setor químico, que tem data base em 1º de novembro. A entrega da pauta aos patrões está agendada para o dia 26 de setembro.
Itens econômicos
Após debate no dia 14/09, durante o seminário de preparação da campanha salarial 2018, foi fechada a pauta que prioriza a defesa da Convenção Coletiva de Trabalho e também define as reivindicações para as cláusulas econômicas.
A proposta é que o salário normativo seja de R$ 1.700. O reajuste salarial contemple a reposição da inflação (INPC) mais 5% de aumento real. Para Participação nos Lucros e Resultados (PLR) mínima, o valor reivindicado é o equivalente a dois pisos salariais e seria incluída taxa negocial para todos os trabalhadores. A proposta é de que a CCT tenha validade por 2 anos. A pauta será apresentada aos patrões no próximo dia 26 de setembro.
Seminário
O Seminário foi aberto pelo coordenador político da Fetquim, Airton Cano, e contou com as saudações de Nilza Pereira, secretária de Comunicação da Fetquim, Lucineide Varjão, presidenta da Confederação Nacional do Ramo Químico (CNRQ), além do presidente da Fequimfar, Sérgio Leite – entidade que participa do Grupo de Trabalho que discute junto com a Fetquim os impactos da reforma trabalhista na Convenção Coletiva.
O coordenado da Fetquim, Airton Cano, avaliou positivamente o seminário. “Conseguimos manter a unidade, mesmo entre as diferentes centrais que compõem a federação. A gente conseguiu alinhar muito bem a pauta. Essa convergência de ideias nos faz avançar na definição dos caminhos que traçaremos para ter um resultado positivo, especialmente em defesa da Convenção Coletiva”.
“Os desafios serão grandes. Há uma necessidade enorme de diálogo e ações conjuntas frente aos ataques do setor patronal”, afirmou Nilza Pereira. O seminário aprovou a arte e o tema central da campanha salarial 2018 que é NENHUM DIREITO A MENOS.
Panorama do setor
A assessora técnica do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), Rosangela Vieira, apresentou dados sobre o setor, que registra um cenário estável em relação ao ano passado, apesar da elevação cambial que traz impactos à indústria nas importações de matérias primas.
Cenário eleitoral
O assessor econômico dos Químicos Unificados, Vitor Tonin, destacou que a indústria química, dominada por multinacionais estrangeiras, apoiou o golpe. “Trata-se da concorrência mundial entre os capitais que já decidiu que quer produzir barato no Brasil, explorando mais os trabalhadores.” Ele destacou que não é o momento de se fazer qualquer concessão em relação a direitos historicamente conquistados, pois há a possibilidade de eleger um governo progressista que revogue a reforma trabalhista.
CCT x Reforma
Fetquim, Fequimfar e CEAG 10 (que representa os patrões) realizaram diversas reuniões para discutir algumas cláusulas da Convenção Coletiva que têm relação com as mudanças feitas na CLT após a reforma trabalhista. Algumas demandas de discussão foram encaminhadas pelos patrões e outras pautadas pela Fetquim. Os dirigentes sindicais repassaram ponto a ponto as propostas de ajustes e puderam propor alterações.
Um dos pontos mais polêmicos trata-se da inclusão de um acordo de compensação de jornada. Na comissão o assunto foi intensamente debatido, com idas e vindas de propostas sem convergência e que ainda seguem em discussão.