Dirigentes da Intersindical Central da Classe Trabalhadora participarão nos próximos dias 7 e 8 de março de rodas de conversa “Direitos Humanos em Movimento”, organizado pela Agência Presenzza no Museu da Memória e dos Direitos Humanos, no Chile.
A luta vitoriosa do Unificados junto com os ex-trabalhadores Shell/Basf em defesa do meio ambiente e contra as multinacionais que cometeram crime ambiental na planta industrial produtora de agrotóxicos em Paulínia será o tema abordado pelo dirigente do Unificados/Intersindical Arlei Medeiros, que falará no dia 08/03 às 15h. O secretário de Relações Internacionais da Intersindical Central da Classe Trabalhadora Ricardo Saraiva Big participara também desta roda para tratar dos ataques em curso contra o sistema de Previdência Social no Brasil.
Já Vitor Tonin, assessor econômico do Unificados e militante das brigadas populares e da secretária de movimentos urbanos do Intersindical – Central Sindical dos trabalhadores, falará na quarta-feira, 07/03, às 12h falará sobre a luta por moradia no Brasil.
No total, serão oito rodas de conversas com o objetivo de denunciar os retrocessos na América Latina ocorridos em diversas temáticas como: democracia e direitos, feminismo, comunicação e cultura, meio ambiente, velhice digna, direito à educação, povos originários e juventude negra e direito à moradia.
Posse Frente Amplio
Além de participar das rodas de conversa, no dia 11/03, a delegação participará da cerimônia de posse da Frente Ampla Chilena, quando haverá um grande ato público nas ruas em frente ao Congresso Nacional. A Frente obteve expressiva votação nas últimas eleições colocando no poder legislativo 20 deputados (de um total de 155) e 1 senador. A candidata à presidência pela Frente Ampla, Beatriz Sánchez, foi a terceira mais votada obtendo 20,3% dos votos, quando as pesquisas apontavam apenas 8% das intenções. Ela ficou atrás do 2º colocado por apenas dois pontos percentuais.
Para quem não sabe, a Frente é uma coligação política chilena, composta por partidos e movimentos de esquerda, fundada em janeiro de 2017. Rapidamente, ela se consolidou como expressão de desejo de mudanças nos rumos políticos de boa parte dos chilenos, insatisfeitos com a alternância de governos de direita e governos de centro e centro-esquerda. Esses governos após a redemocratização de 1990 não mudaram os pilares do modelo econômico-político neoliberal, herdados da ditadura.
Novas forças políticas
Algumas das lideranças envolvidas na formação da Frente Ampla foram as mesmas que lutaram em 2011 em defesa do ensino público no Chile, quando o presidente era justamente Sebastián Piñera (2010-2014) – o mesmo que tomará posse dia 11/03. Estes deputados terão bastante trabalho pela frente, uma vez Piñera é conservador e representante da coalização de centro-direita, conhecido por governar atendendo às demandas empresariais.
A Frente Ampla apresenta-se como uma alternativa de esquerda aos atores tradicionais da política do país. É celebrada como uma via de enfrentamento ao neoliberalismo, nascida das lutas sociais, comprometida com a reinvenção da esquerda e da democracia. Uma configuração bastante próxima do Vamos brasileiro – plataforma que reúne diversos movimentos populares que vem discutindo propostas concretas de mudança para o Brasil, da qual Unificados e Intersindical participam.