Aproximadamente 300 pessoas participaram dia 7 de fevereiro, na Câmara municipal de São Paulo (foto acima), de um ato em solidariedade a dom Pedro Casaldáliga e ao povo Xavante, do Mato Grosso. Estiveram presentes representantes de diversas instituições ligadas aos direitos humanos da sociedade, inclusive o Sindicato Químicos Unificados e a Intersindical, que integram o Comitê em Solidariedade a dom Pedro Casaldáliga e ao povo Xavante.
Além do organizador do ato, o vereador Toninho Vespoli (Psol), outros políticos de destaque nacional também marcaram presença, como o senador Eduardo Suplicy (PT), a ex-prefeita e deputada federal Luiza Erundina (PSB) e outros vereadores e ex-vereadores.
Paulo Maldos, secretário nacional de articulação social da Secretaria-Geral da Presidência da República, descreveu todo processo de retirada dos posseiros e devolução das terras ao povo Xavante, seus habitantes originais. O que mais impressionou foi a violência dos fazendeiros, que tentaram colocar a população contra a medida. Agiam como se os índios não existissem, afirmou Maldos.
Para Vivian Santana, dirigente do Unificados, as ameaças promovidas pelos fazendeiros foram absurdas. Os Xavantes esperaram a devolução das terras por mais de 50 anos, completou a sindicalista.
Breve histórico
Desde novembro de 2012, dom Pedro Casaldáliga (acima), bispo emérito da Prelazia São Félix do Araguaia, no Mato Grosso, recebe ameaças de morte devido a sua luta pela devolução das terras batizadas como Marãiwatsédé aos índios da etnia Xavante.
No início de dezembro, após a Justiça derrubar dois recursos que tentavam adiar a retirada dos não-índios da região, agora chamada Gleba Suiá Missú, ele teve de se deslocar contra sua vontade para uma localidade não revelada, para sua própria segurança.
Ainda assim, dom Pedro retornou em 29 de dezembro a São Félix, e está agora sob proteção policial. Porém, além de Casaldáliga, diversas lideranças indígenas e agentes da pastoral também estão ameaçados desde que o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) iniciou o processo de retirada da região de fazendeiros que a ocuparam sem que fossem seus reais proprietários.