O Ministério Público e a Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) investigam um possível novo caso de contaminação por parte da empresa Shell do Brasil. O problema agora é no Distrito Industrial do bairro Cascata, em Paulínia, local em que está instalado o Terminal de Derivados de Petróleo da empresa, onde foram enterradas borras oleosas de tanques de combustíveis.
A investigação é confirmada pelo escritório da Cetesb, que analisa relatórios há alguns meses. “Não podemos dizer ainda se o local está contaminado, porque não terminamos as análises”, explicou o químico Mário Eduardo da Fonseca Pereira, da Cetesb.
Em outubro de 2002, a Shell contratou a empresa ENSR Internacional para diagnosticar o problema e, na época, apontou que não havia risco para funcionários ou freqüentadores do local. Esse relatório foi enviado para a Cetesb e, quase que simultaneamente, o Ministério Público pediu informações sobre o problema.
A partir daí, a Cetesb começou a analisar o relatório da empresa contratada pela Shell e ainda não chegou a uma conclusão. O químico da Shell informou que a companhia realizou um estudo no local para análises da água superficial e do solo. “A preocupação não é apenas com o lençol freático”, disse ele, referindo-se também ao solo.
Além de o lençol freático estar a apenas 12 metros de profundidade e o terminal estar a uma distância pequena do córrego Jacaré, no Terminal de Derivados de Petróleo foram encontrados compostos orgânicos e hidrocarbonetos (derivados de petróleo). Esses produtos, de acordo com os relatórios, foram os mesmos produtos que provocaram a contaminação da Vila Carioca, em São Paulo.
A investigação da Cetesb e do Ministério Público está sendo considerada como um terceiro caso de contaminação em áreas da Shell somente no Estado de São Paulo. O primeiro foi em 1993, na Vila Carioca, em São Paulo, e o segundo caso foi a contaminação do solo e lençol freático do Recanto dos Pássaros.
(Extraído do Jornal TODO DIA, de Americana, edição de 08/03/2003)