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Luta contra Shell/Basf é destaque no Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes de Trabalho

Na manhã de hoje, 28 de Abril – Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes de Trabalho, o Sindicato Químicos Unificados realizou uma atividade para lembrar a história de luta contra as multinacionais Shell Brasil e Basf S.A, que causaram a contaminação do solo, ar, água, trabalhadores e moradores do entorno da planta industrial localizada no bairro Recanto dos Pássaros em Paulínia. Cerca de 70 ex-trabalhadores faleceram em razão das contaminações e muitos outros desenvolveram doenças diversas. As duas multinacionais foram condenadas pela Justiça em 2013, após 12 anos de batalha judicial, em uma das maiores ações trabalhistas do Brasil em valores e número de envolvidos.

A atividade, realizada na sede da Regional Campinas, reuniu ex-trabalhadores da Shell/Basf, familiares, coordenadores da Atesq (Associação de Trabalhadores Expostos a Substâncias Químicas) e dirigentes sindicais. Durante a abertura, o dirigente do Unificados, André Alves, destacou o caráter formativo da programação, que contou com a exibição do filme O Lucro Acima da Vida e falas de dirigentes do Unificados e da coordenação da Atesq. “Relembrar esta história é muito importante, especialmente para os novos dirigentes sindicais, pois a exposição a substâncias químicas acontece em diversas indústrias. Vamos levar o aprendizado desta atividade, desta história de luta, para transformar a realidade dentro das fábricas.”, afirmou André Alves.

Contra agrotóxicos, a luta permanente

Para um dos coordenadores da Atesq, Francisco Tavares (na foto, ao microfone e ao lado dos dirigente sindicais André Alves e Ana Maria), a luta continua mesmo após a condenação das multinacionais pela Justiça. Pela condenação, elas foram obrigadas a custear todo o tratamento médico, hospitalar e ambulatorial, inclusive com medicação e transporte, de ex-trabalhadores e filhos, além de acompanhamento e atendimento vitalício à saúde, plano dentário, além do pagamento de indenizações por dano moral individual e coletivo. “Dentro das fábricas, nem os melhores equipamentos de proteção individual (EPIs) não impedem a exposição ao risco, como ocorreu conosco.”, alertou Tavares.  Para ele, enquanto agrotóxicos continuarem a ser fabricados, trabalhadores do campo, das indústrias e a população em geral continuaram a ser expostos a substâncias químicas nocivas à saúde.

Postos de trabalho saudáveis

O coordenador geral da Atesq, Antonio de Marco Rasteiro (na foto, ao microfone), reforçou a necessidade de união dos ex-trabalhadores para a manutenção das conquistas. “Aprendi muito com todos os companheiros de luta, mesmo com aquele que vinha e não falava nada. A presença é muito importante.

Quando estamos unidos, temos força para vencer. Nossa história é exemplo para a luta em outras fábricas. Temos que continuar essa batalha para que os postos de trabalho sejam saudáveis e que as pessoas não desenvolvam doenças ocupacionais.

Origem da data

O 28 de Abril – Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes de Trabalho surgiu no Canadá por iniciativa do movimento sindical, e logo se espalhou por diversos países, organizado por sindicatos, federações, confederações locais e internacionais.A data foi escolhida em razão de um acidente que matou 78 trabalhadores em uma mina no estado da Virgínia, nos Estados Unidos no ano de 1969. A Organização Internacional do Trabalho (OIT), desde 2003, consagra a data à reflexão sobre a segurança e saúde do trabalhador.

O Sindicato Químicos Unificados historicamente participa das mobilizações deste dia, com a realização de palestras, encontros e de assembleias em fábricas símbolos que desrespeitam, de forma rotineira e assumida, a segurança de seus trabalhadores.

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