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Papel da CIPA é cuidar da segurança no local de trabalho, mas Astrazeneca convoca funcionários que atuam em outros estados para a função

Nas eleições de 2021 para definir os membros da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), a Astrazeneca, empresa localizada em Cotia, permitiu a inclusão de funcionários que compõem a equipe de vendas e atuam em outros estados. Apesar de terem registro na sede em Cotia, esses funcionários não conhecem as dependências da empresa e não vivenciam a rotina de dentro da fábrica, portanto, não podem avaliar os riscos e as condições de segurança no ambiente de trabalho para propor melhorias, tarefa essa que é a principal função da CIPA.
O Químicos Unificados não concorda com essa situação e questiona as motivações da empresa, uma vez que a Astrazeneca protocolou a eleição diretamente na Fetquim, ao invés de fazê-lo no sindicato. Pela primeira vez desde que a empresa se instalou em Cotia, a área de segurança do trabalho na Astrazeneca passou por cima do sindicato e se reportou diretamente para a Federação, desrespeitando a representação sindical de primeiro grau.
As Cipas e seus cipeiros têm um papel fundamental, porque o ambiente de trabalho pode oferecer inúmeros riscos à vida, saúde e segurança dos trabalhadores, principalmente nesse período de pandemia. É preciso que a Cipa acompanhe em detalhes todas as providências necessárias para evitar a propagação do coronavírus no ambiente de trabalho e garantir a saúde física e mental de seus trabalhadores e trabalhadoras. Como funcionários que não atuam dentro da empresa podem avaliar o que está sendo feito e cobrar a Astrazeneca a respeito de suas responsabilidades?

Astrazeneca é conivente com assédio moral

Assédio moral é uma perseguição contínua de chefes para subordinados, com a intenção de aumentar a produção na fábrica, manter os trabalhadores em constante estado de tensão com medo de perder o emprego ou então o contrário: forçar alguém a pedir demissão.
Algumas empresas adotam esses comportamentos como cultura empresarial, incentivando líderes a cobrar os trabalhadores intensamente durante a jornada de trabalho, fazer pressão para que aumentem a produção ou realizem hora-extra e normalizando humilhações e constrangimentos.
O Unificados recebe constantemente denúncias de trabalhadores sobre práticas de assédio moral, em diversas fábricas da categoria, e toma providências políticas e jurídicas para tentar solucionar o problema.

A situação na Astrazeneca

Casos de assédio moral na Astrazeneca não são novidade e há cerca de um ano, uma dessas situações resultou em um processo trabalhista, que já foi julgado e ao qual não cabem mais recursos: ficou comprovado que uma líder do setor administrativo da empresa assediava moralmente uma ex-funcionária.
A grande questão é que essa líder, condenada no processo, ainda executa suas funções normalmente na Astrazeneca, ou seja, a empresa não adotou medidas práticas para impedir que o assédio moral continue acontecendo. O Unificados cobra da empresa que se pronuncie a respeito desse caso e tome medidas efetivas para encerrar o assédio moral na fábrica.

Discurso diferente da prática

De acordo com denúncias que chegaram ao sindicato, a Astrazeneca adota uma postura de pressão constante com os trabalhadores da fábrica para redução de custos. Por conta desse discurso, raramente acontecem promoções de cargo e reajustes salariais entre os trabalhadores e trabalhadoras. Para alguns membros do setor administrativo, no entanto, a Astrazeneca tem esquecido a contenção de custos, realizado eventos de gala e patrocinado lives com artistas famosos para promover a empresa.
Realizar gastos ostensivos com jantares e festas em um período de pandemia, no qual a classe trabalhadora enfrenta sérias dificuldades financeiras, perdas e luto em função do coronavírus é uma postura condenável e coloca em evidência as contradições da Astrazeneca.
A empresa não é coerente com seus discursos. Tanto que, de acordo com denúncias, tentou passar por cima das normas éticas internas e manter o cargo de um diretor que aceitou benefícios pessoais de uma empresa prestadora de serviços, o que contraria as normas internas. O caso foi denunciado, mas a empresa só tomou providências muito tempo depois.

Luta e mobilização

É preciso que a Astrazeneca priorize as condições de trabalho na empresa, possibilitando que seja eleita uma CIPA combativa e com possibilidades reais de avaliar as condições do local de trabalho. A Astrazeneca também deve ser coerente com seus discursos e campanhas internas, atuando para combater o assédio moral e demais práticas abusivas na empresa.
O sindicato está ao lado dos trabalhadores e trabalhadoras para cobrar ações efetivas da Astrazeneca e convoca todos e todas para a luta.

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