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Comissão da Verdade divulgou hoje (10): 434 mortes e desaparecidos na ditadura militar

 

Texto: Michelle Canes – Repórter da Agência Brasil
Edição: Graça Adjuto
10/12/2014 11h03 – Brasília

 

“BRASÍLIA – Depois de dois anos e sete meses de trabalho, a Comissão Nacional da Verdade (CNV – http://www.cnv.gov.br/index.php) confirmou, em seu relatório final, 434 mortes e desaparecimentos de vítimas da ditadura militar no país. Entre essas pessoas, 210 ainda estão desaparecidas.

No documento entregue hoje (10/12) à presidenta Dilma Rousseff, com o relato das atividades e a conclusão dos trabalhos realizados, a CNV traz a comprovação da ocorrência de graves violações de direitos humanos.’ Essa comprovação decorreu da apuração dos fatos que se encontram detalhadamente descritos no relatório, nos quais está perfeitamente configurada a prática sistemática de detenções ilegais e arbitrárias e de tortura, assim como o cometimento de execuções, desaparecimentos forçados e ocultação de cadáveres por agentes do Estado brasileiro’, diz o texto.

Mais de 300 pessoas, entre militares, agentes do Estado e até mesmo ex-presidentes da República, foram responsabilizadas por essas ações ocorridas no período que compreendeu a investigação. O documento diz ainda que as violações registradas e comprovadas pela CNV foram resultantes ‘de ação generalizada e sistemática do Estado brasileiro’, e que a repressão ocorrida durante a ditadura foi usada como política de Estado ‘concebida e implementada a partir de decisões emanadas da Presidência da República e dos ministérios militares’.

Outro ponto de destaque dentro das conclusões do relatório é que muitas das violações comprovadas durante o período de investigação ainda ocorrem nos dias atuais, apesar da existência de um contexto político diferente. Segundo o texto, ‘a prática de detenções ilegais e arbitrárias, tortura, execuções, desaparecimentos forçados e mesmo de ocultação de cadáveres não é estranha à realidade brasileira contemporânea’ e que crescem os números de denúncias de casos de tortura.

Diante dessas conclusões, o relatório final da CNV traz 29 recomendações, divididas em três grupos: medidas institucionais, iniciativas de reformulação normativa e de seguimento das ações e recomendações dadas pela comissão.

Entre as recomendações estão, por exemplo, questões como a determinação da responsabilidade jurídica dos agentes públicos envolvidos nessas ações, afastando a aplicação da Lei da Anistia (Lei 6.683/1979) por considerar que essa atitude ‘seria incompatível com o direito brasileiro e a ordem jurídica internacional, pois tais ilícitos, dadas a escala e a sistematicidade com que foram cometidos, constituem crimes contra a humanidade, imprescritíveis e não passíveis de anistia’.

A CNV recomenda também, entre outros pontos, a desvinculação dos institutos médico-legais e órgãos de perícia criminal das secretarias de Segurança Pública e das polícias civis, a eliminação do auto de resistência à prisão e o estabelecimento de um órgão permanente para dar seguimento às ações e recomendações feitas pela CNV.

Em suas mais de três mil páginas, o documento traz ainda informações sobre os órgãos e procedimentos de repressão política, além de conexões internacionais, como a Operação Condor e casos considerados emblemáticos como a Guerrilha do Araguaia e o assassinato da estilista Zuzu Angel, entre outros. O volume 2 do documento traz informações sobre violações cometidas contra camponeses e indígenas durante a ditadura.

A Comissão Nacional da Verdade foi instalada em 2012. Criada pela Lei 12.528/2011, a CNV será extinta no dia 16 de 
dezembro.”

O relatório completo

SIGA ESTE ENDEREÇO – ou na imagem acima – para ler o relatório completo diretamente na página da Comissão Nacional da Verdade.

Assista a dois vídeos sobre a ditadura militar no Brasil

"Se Eu Demorar Uns Meses"
"Se Eu Demorar Uns Meses"

 

“Se Eu Demorar Uns Meses” – É um web documentário baseado nos relatos de presos políticos opositores ao regime desse período. Gravado no Memorial da Resistência, edifício histórico que foi sede de uma das polícias políticas mais truculentas do país.

"O Dia que Durou 21 Anos" - Nos Estados Unidos, o presidente Kennedy (esq. na imagem) discute com Lincoln Gordon, então embaixador no Brasil, a necessidade de um golpe militar para derrubar João Goulart
"O Dia que Durou 21 Anos" - Nos Estados Unidos, o presidente Kennedy (esq. na imagem) discute com Lincoln Gordon, então embaixador no Brasil, a necessidade de um golpe militar para derrubar João Goulart

 

“O Dia que Durou 21 Anos” – Os militares alegavam que era necessário que eles tomassem o poder para evitar que o “perigo comunista” acabasse com o atual sistema democrático capitalista. O golpe aplicado pelos militares recebeu apoio amplo das elites e das camadas mais conservadoras da sociedade que eram contrarias ao modelo de governo de centro-esquerda aplicado por João Goulart. E foi fortemente influenciado, apoiado e conduzido pelos Estados Unidos.

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