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Greve total na Unilever.

A greve realizada ontem e que parou totalmente a produção e a administração da unidade da Unilever Brasil em Vinhedo fez com que a multinacional aceitasse negociar com o sindicato, o que até então ela se recusava. Após a greve de ontem, uma outra série de mobilizações já estava programada pelo sindicato e pelos trabalhadores. Uma primeira rodada de negociações foi realizada na manhã de hoje (11 de março de 2005) entre representantes do sindicato e da Unilever.

 

Nessa reunião, por escrito, ficou definido que as 48 demissões realizadas pela multinacional no dia 28 de janeiro serão revistas sob as seguintes condições:

 

a) haverá consulta individual a cada um desses 48 trabalhadores no sentido de ser aferida sua vontade de integrar ou não um plano de demissão voluntária;

 

b) para todos os trabalhadores que se encontram em fase de aposentaria e nela tiverem interesse a empresa irá agilizar a documentação necessária para isso;

 

c) será contratado um profissional habilitado, de confiança da Unilever e do sindicato, para examinar os trabalhadores que foram demitidos e que apresentam queixa de serem portadores de doenças profissionais ou que foram vítimas de acidentes no trabalho. Na hipótese de serem constatadas situações que legalmente impeçam a demissão, esse trabalhador será reintegrado e feita a abertura de CAT – Comunicação de Acidente no Trabalho.

 

d) Caso após os passos acima ainda houver trabalhador excedente do total de 48 então demitidos, caminhos alternativos à demissão serão buscados.

 

Quanto ao comunicado interno da Unilever que oferece o 0800 para que os trabalhadores deixem o sindicato, uma decisão que comete crime contra o direito de livre organização de classe, a multinacional se compromete a fazer uma retratação junto a seu quadro de trabalhadores.

 

Abaixo, veja sobre a greve de ontem (10 de março de 2005) que paralisou em 100% as atividades da produção e da administração da Unilever em Vinhedo.

 

10 DE MARÇO/2005

 

Produção e administração 100% paradas

 

Crime da Unilever contra organização dos trabalhadores e demissões provocam greve de protesto

 

Uma greve que paralisou totalmente a produção e a administração na unidade da Unilever Brasil em Vinhedo, no dia de hoje (10 de março de 2005), foi a resposta de seus funcionários e do sindicato contra um crime praticado pela empresa contra o livre direito de organização dos trabalhadores e contra as 48 demissões realizadas pela multinacional em 28 de janeiro último, rompendo assim um acordo assinado no qual ela se comprometia a não praticar demissões em massa sem antes abrir negociações em busca de alternativas.

 

 

Reprodução do comunicado interno do Recursos Humanos da Unilever, dirigido aos trabalhadores da unidade de Vinhedo

 

Em um comunicado interno, sob o título “Exclusão de associados ao sindicato” a Unilever oferece a seus trabalhadores um telefone 0800 e sua estrutura funcional para que eles solicitem a exclusão dos descontos (para o sindicato) na folha de pagamento. Isso consta como crime no Código Penal Brasileiro que, em seu Título IV – Dos Crimes Contra a Organização do Trabalho – Artigo 199, prevê “Constranger alguém… a participar ou deixar de participar de determinado sindicato ou associação profissional”. A pena estipulada é de detenção de um mês a um ano, além de multa. Além do Código Penal, essa medida da Unilever fere a Constituição Federal, a Declaração Universal dos Direitos do Homem, a CLT – Consolidação das Leis Trabalhistas, convenções da OIT – Organização Internacional do Trabalho, a OCDE – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico e o Global Compact, da ONU – Organização das Nações Unidas. Em todos está claramente expressa a garantia do direito dos trabalhadores se organizarem livremente e é proibida qualquer iniciativa patronal no sentido de impedir e ou dificultar essa vontade da classe.

 

A greve também foi em protesto contra as 48 demissões efetuadas pela multinacional no dia 28 de janeiro último. Com essas demissões, a Unilever Brasil em Vinhedo rompeu um acordo que havia assinado com o sindicato e com os trabalhadores no início de 2004, quando então uma greve de 24 horas a fez rever as 150 demissões que havia anunciado em razão da transferência de uma linha de produção para o município de Ipojuca, em Pernambuco. Nesse acordo agora rompido, a Unilever se comprometia a não realizar demissões em massa sem antes negociar com o sindicato e com os trabalhadores a busca de soluções alternativas.

 

Tanto em relação às demissões quanto ao constrangimento ao direito de livre organização dos trabalhadores, o sindicato está tomando todas as medidas políticas e jurídicas cabíveis, em todas instâncias. A paralisação de hoje faz parte de um processo de mobilizações que agora se inicia e que terá continuidade até que a direção da Unilever aceite negociar esses problemas com o sindicato. Hoje, durante toda a greve a direção se recusou a receber a direção sindical para conversar.

 

Em apoio à paralisação e em solidariedade aos trabalhadores da Unilever, na manifestação de hoje estiveram presentes sindicalistas de diversas categorias de Campinas, Osasco, Vinhedo, Valinhos, Jundiaí, São Paulo, do ABC e do MST – Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra e do MTST – Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto e o deputado estadual Renato Simões (PT).

 

Para maiores informações, favor contatar a Regional de Vinhedo do Sindicato Químicos Unificados pelos telefones (19) 3886.6264 ou (19) 3876.2915, pelo e-mail sindibase@terra.com.br, e também pelos celulares (19) 9119.4242 e (19) 7850.8898, com os sindicalistas Rodrigo Paixão e Pedro Possidônio, que estão na portaria da Unilever em Vinhedo.

 

22 DE FEVEREIRO/2005

 

No Centro Empresarial, em São Paulo

 

Químicos protestam contra Unilever por romper acordos e demitir 48 trabalhadores, em Vinhedo

 

 

 

Deputado estadual Renato Simões (PT) e prefeito João Donato (PL), de Vinhedo, por iniciativa do sindicato, vão cobrar responsabilidades da multinacional

 

O Sindicato Químicos Unificados e outros sindicatos da categoria integrantes da CNQ – Confedereção Nacional do Ramo Químico realizaram na manhã de hoje (22 de fevereiro de 2005), no Centro Empresarial de São Paulo, um ato de protesto contra a demissão de 48 trabalhadores no dia 28 de janeiro pela Unilever Brasil, em sua unidade de Vinhedo-SP. Os sindicalistas exigem da Unilever, que tem seu escritório central no Centro Empresarial, o cumprimento do acordo assinado em 2004 entre a multinacional e os trabalhadores de que não haveria demissões coletivas sem que antes fossem abertas negociações em busca de alternativas.

 

Entre os demitidos há portadores de lesões ocupacionais adquiridas durante o período de trabalho na própria Unilever. Há também demissões de trabalhadores em um prazo inferior a 15 dias do retorno das férias, uma estabilidade que está garantida na convenção coletiva da categoria. O Sindicato Químicos Unificados vem tentando abrir negociações com a multinacional, mas não recebe qualquer retorno ou resposta.

 

O ato de protesto foi fortemente intimidado pela Polícia Militar, com policiais portando metralhadoras, revólveres na mão, cães e sobrevôos de helicóptero.

 

 

 

O acordo rompido

 

O acordo assinado entre o Sindicato Químicos Unificados e a Unilever Brasil, agora rompido pela multinacional, foi estabecido no início de 2004, após uma greve no dia 11 de fevereiro que paralisou em 100% a produção da unidade de Vinhedo. À época, a Unilever fez um comunicado público de que demitiria 150 trabalhadores devido ao fechamento de postos de trabalho em razão da transferência de parte de sua linha de produção para o município de Ipojuca, em Pernambuco. Após diversas mobilizações e paralisações promovidas pelo sindicato e pelos trabalhadores, que culminou na greve, a empresa reverteu sua decisão de fazer as 150 demissões.

 

Deputado e prefeito
vão cobrar a Unilever

 

Na manhã de hoje (22 de fevereiro) dirigentes da Regional de Vinhedo do Sindicato Quimicos Unificados estiveram reunidos com João Carlos “Kalu” Donato (PL), prefeito de Vinhedo e com o deputado estadual Renato Simões (PT), na prefeitura da cidade. Na reunião, realizada a pedido do sindicato, foi levantado o histórico de dificuldades no relacionamento da dificuldade com o município, como por exemplo o passivo ambiental criado, demissões constantes e até mesmo de desrespeito aos poderes executivo e legislativo local.

 

Durante a reunião, o prefeito Donato e o deputado Simões falaram por telefone com a assessoria do presidente da Unilever Brasil Vinicius Prianti, e foi marcada preliminarmente uma reunião para discutir a questão, a ser realizada no dia 24 de fevereiro, em Vinhedo. Na conversa, ficaram definidos algumas alternativas a serem estudadas, tais como: reintegração imediata dos lesionados, reintegração imediata de quem já está próximo à aposentadoria e encaminhar esse processo, abrir discussão com os trabalhadores para apurar desejo de deixar espontaneamente a empresa. Durante a conversa, um dos assessores do presidente da Unilever afirmou haver a possibilidade de ser instalada uma nova linha de produção da multinacional em Vinhedo, a qual criaria 50 novos postos de trabalho.

 

O prefeito Donato diz estar indignado com a política da Unilever de produzir em Vinhedo e recolher impostos em Louveira, desde que a partir do ano de 2002 a multinacional transferiu seu Centro de Distribuição para a cidade vizinha, promovendo uma guerra fiscal entre os municípios e causando um rombo de cerca de R$ 2 milhões por ano no orçamento da cidade por ele administrada.

 

Independente do encaminhamento destas negociações, o deputado Simões garantiu que irá protocolar na Assembléia Legislativa uma denúncia contra a Unilever para que a empresa seja convocada para explicar sua constante prática de abuso do poder econômico e de constante desrespeito às leis trabalhistas.

 

As infrações trabalhistas
na Unilever Vinhedo

 

Em um relatório de 180 páginas preparado pelo Sindicato Químicos Unificados e entregue em novembro de 2003 ao então ministro do Trabalho e Emprego Jaques Wagner, constam documentos que comprovam a ocorrência de doenças ocupacionais nos trabalhadores da Unilever em Vinhedo, como o estresse e LER – Lesões por Esforços Repetitivos entre outras, principalmente com origem no excessivo ritmo exigido na produção e por falta de medidas preventivas. Essas doenças ocupacionais já foram ratificadas em estudo promovido pelo Observatório Social (www.observatoriosocial.org.br). Constam também comprovações de que a multinacional desrespeita os direitos básicos dos trabalhadores e de liberdade dos mesmos de organização em entidade de classe previstos no Global Compact (que define princípios para as multinacionais, propostos pela ONU – Organização das Nações Unidas), as diretrizes para empresas multinacionais da OCDE – Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico e principalmente as normas da OIT – Organização Internacional do Trabalho. Estas denúncias também foram encaminhadas à ONU.

 

Pesquisa do Observatório Social constata “graves problemas” na Unilever

 

Entre abril de 2002 e março de 2003, o Instituto Observatório Social (IOS) realizou uma extensa pesquisa sobre o desempenho social e trabalhista da Unilever no Brasil.

 

O problema mais grave identificado na pesquisa é o fato de a companhia não respeitar integralmente a liberdade sindical e a livre organização dos trabalhadores. Também foi constatada pouca capacidade da empresa em transmitir informações importantes para os trabalhadores, diretamente ou por meio do sindicato.Quanto às políticas de promoção de igualdade racial e de gênero, a Unilever pratica a chamada discriminação passiva. Isto é, nada faz para mudar, no âmbito da empresa, as desigualdades raciais e de gênero que caracterizam o mercado de trabalho brasileiro. Segundo a percepção dos trabalhadores entrevistados, o número de mulheres e de negros em cargos de chefia é inexpressivo.

 

O relatório completo da pesquisa realizada pelo Instituto Observatório Social (IOS) pode ser encontrado no sitio: www.observatoriosocial.org.br

 

Perfil da Unilever

 

Faturamento mundial US$ 56,28 bilhões (2002).
Faturamento no Brasil R$ 7,3 bilhões (2002).
Ranking de empresas 1a. no mundo em bens de consumo, 2a. em alimentos (a 1a. é a Nestlé).
Número de trabalhadores 247 mil (2002).
Empregados no Brasil 15.000.
Participação no mercado brasileiro 0,57% do PIB (2002).
Marcas mais conhecidas Chá Lipton, sorvete Magnum, margarinas Doriana e Becel, suco de soja Ades, sabonete Dove, xampus Organics e Timotei, sabão em pó Omo, pastas de dente Close Up, Signal, Gessy e Mentadent, linha de produtos Rexona, linha de fragrâncias Calvin Klein.

 

A unidade da Unilever Brasil em Vinhedo tem cerca de 550 trabalhadores, produz produtos para higiene pessoal e cosméticos, e está localizada na Avenida das Indústrias nº 315, Distrito Industrial de Vinhedo.

 

Histórico e mais informações sobre o ato e a reunião de hoje

 

O histórico de toda a mobilização dos trabalhadores da unidade de Vinhedo da Unilever Brasil pode ser encontrado abaixo. Para mais informações sobre o ato de hoje em São Paulo e a reunião entre o sindicato o prefeito Donato e o deputado Simões, favor entrar em contato com a Regional de Vinhedo do Sindicato Químicos Unificados, com Rodrigo Paixão ou Pedro Possidônio, pelos telefone (19) 3886.6264 ou (19) 3876.2915, e pelo e-mail: sindibase@uol.com.br

 

FEVEREIRO/2005

 

Unilever rompe acordos, descumpre leis e demite 48 trabalhadores, em Vinhedo

 

48 trabalhadores já foram demitidos pela Unilever Brasil, em processo que teve início na noite do dia 28 de janeiro e que ainda está continuidade. Essa demissão coletiva foi feita pela multinacional de forma arbitrária, sem qualquer negociação prévia com os próprios trabalhadores e com o sindicato de classe, o que fere acordo estabelecido no início de 2004 quando a Unilever tentou fechar 150 postos de trabalho, descumpre o acordo coletivo da categoria, a legislação trabalhista e também acordos com entidades internacionais dos quais a Unilever é signatária.

 

Entre os demitidos estão trabalhadores portadores de lesões adquiridas dentro da própria Unilever, e outros que retornavam do período de férias e com os quais não foram respeitados os 15 dias de estabilidade prevista nessa situação.

 

O Sindicato Químicos Unificados vem tentando abrir negociações com a multinacional, mas não recebe qualquer retorno ou resposta, o que indica que os únicos caminhos que restam são o da mobilização política e o jurídico.

 

A unidade da Unilever Brasil em Vinhedo tem cerca de 550 trabalhadores, produz produtos para higiene pessoal e cosméticos, e está localizada na Avenida das Indústrias nº 315, Distrito Industrial de Vinhedo.

 

Acordos internacionais

 

Além de ferir acordos específicos assinados com o sindicato, descumprir o acordo coletivo da categoria e a legislação trabalhista, a Unilever rompe acordos internacionais de defesa do trabalhador do qual é signatária, como por exemplo: o Global Compact (que define princípios de atuação pelas multinacionais, definidos pela ONU – Organização das Nações Unidas), as diretrizes para multinacionais da OCDE – Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, e, principalmente, as normas da OIT – Organização Internacional do Trabalho.

 

As infrações trabalhistas
na Unilever Vinhedo

 

Em um relatório de 180 páginas preparado pelo Sindicato Químicos Unificados e entregue em novembro de 2003 ao então ministro do Trabalho e Emprego Jaques Wagner, constam documentos que comprovam a ocorrência de doenças ocupacionais nos trabalhadores da Unilever em Vinhedo, como o estresse e LER – Lesões por Esforços Repetitivos entre outras, principalmente com origem no excessivo ritmo exigido na produção e por falta de medidas preventivas. Essas doenças ocupacionais já foram ratificadas em estudo promovido pelo Observatório Social (www.observatoriosocial.org.br). Constam também comprovações de que a multinacional desrespeita os direitos básicos dos trabalhadores e de liberdade dos mesmos de organização em entidade de classe previstos no Global Compact (que define princípios para as multinacionais, propostos pela ONU – Organização das Nações Unidas), as diretrizes para empresas multinacionais da OCDE – Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico e principalmente as normas da OIT – Organização Internacional do Trabalho. Estas denúncias também foram encaminhadas à ONU.

 

Histórico

 

Todas as informações sobre as mobilizações no final de 2003 e início de 2004 que fizeram com que a Unilever revertesse sua intenção de transferir parte da produção para o estado de Pernambuco e fechar 150 postos de trabalho na unidade de Vinhedo podem ser encontradas abaixo.

 

Mais informações sobre as atuais demissões favor entrar em contato com a Regional de Vinhedo do Sindicato Químicos Unificados, telefones (19) 3886.6264 e 3876.2915, com os dirigentes sindicais Pedro Possidônio e José Roberto de Oliveira (Beto).

 

abril/2004

 

Acordo aponta para o fim da ameaça de 150 demissões na Unilever em Vinhedo

 

A Regional de Vinhedo do Sindicato Químicos Unificados e a direção nacional da Unilever chegaram a um acordo que indica a reversão do projeto da multinacional em fechar 150 postos de trabalho da unidade em Vinhedo, com a conseqüente demissão dos trabalhadores. Esse acordo foi definido no dia 26 de abril, após a retomada das negociações no mês de março.

 

Entre as alternativas encontradas estão alguns projetos em estudos pela Unilever, que ainda dependerão de alguns meses para a plena definição. Entre estes, a possibilidade real e concreta de ampliação da capacidade produtiva e o estudo de uma jornada de trabalho alternativa na planta em Vinhedo.

 

Enquanto não houver a definição destes projetos, o sindicato e a Unilever definiram que a fábrica de Vinhedo não efetivará dispensas para redução de seu quadro funcional. Estas dispensas seriam realizadas em conseqüência da transferência de parte da linha de produção para Pernambuco e a implementação de paletizadores automatizados. Qualquer dispensa não relacionada à reestruturação da empresa será efetivada normalmente, sendo observada a legislação vigente.

 

Outra questão definida no acordo é que enquanto perdurar a análise dos projetos ora em andamento pela Unilever, será garantida a manutenção de um canal de comunicação entre a empresa, os trabalhadores e o sindicato. Para isso, inclusive, com a periodicidade mínima de quinze dias, com início em 05 de maio próximo, serão realizadas reuniões entre a Unilever e o sindicato com o objetivo de avançar nas negociações, bem como de informar ao conjunto dos trabalhadores sobre o andamento dos projetos.

 

Todos os detalhes sobre essa questão do fechamento de postos de trabalho na unidade da Unilever em Vinhedo estão em nosso endereço na internet: www.quimicosunificados.com.br

 

Para mais informações, favor contatar a Regional de Vinhedo do Sindicato Químicos Unificados:

 

telefone: (19) 3886.6264 e 3876.2915

 

e-mail: sindibase@uol.com.br

 

12/fevereiro/2004

 

Trabalhadores da Unilever Vinhedo fazem greve na defesa do emprego e de direitos

 

 

Diretor da Regional Vinhedo do Sindicato Químicos Unificados fala a trabalhadores em greve, em assembléia na porta da empresa

 

Os trabalhadores da Unilever em Vinhedo fizeram uma greve que paralisou em 100% a produção e o setor administrativo por 24 horas, no dia 11 de fevereiro de 2004, em um movimento em defesa de seus empregos e seus direitos. Em outubro do ano passado a Unilever anunciou que irá demitir 150 trabalhadores a partir de março próximo, em razão da transferência para Ipojuca, no estado de Pernambuco, da fabricação de creme dental e também por automatização na linha de produção na unidade em Vinhedo. Esse número representa quase 20% do total de trabalhadores na planta industrial.

 

Em assembléias realizadas na portaria da empresa nos horários de entrada dos três turnos (06, 14 e 22 horas), a greve foi aprovada praticamente pela unanimidade dos 650 trabalhadores da planta industrial. No início da greve, no turno das 6 horas, a direção local da Unilever impediu a saída de alguns trabalhadores que haviam entrado às 22 horas do dia anterior, em uma tentativa de manter em operação parte da produção. Com a decisão do sindicato em registrar boletim de ocorrência policial contra a Unilever pela prática de cárcere privado, a empresa os liberou. Em apoio aos trabalhadores da Unilever estiveram integrando a mobilização representantes de oito sindicatos de diversas categorias, do MST – Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, da CNQ – Confederação Nacional do Ramo Químico, da CUT – Central Única dos Trabalhadores e caminhoneiros.

 

Essa greve de 24 horas fez parte de uma mobilização mais ampla que o sindicato e os trabalhadores vêm realizando desde outubro do ano passado no sentido de pressionar a Unilever a abrir negociações e a rever sua decisão de cortar os 150 postos de trabalho, entre outras reivindicações. Veja a íntegra em anexo da pauta de reivindicações protocolada pelo sindicato junto à empresa no dia 5 de fevereiro. Após diversas paralisações dos trabalhadores e interferências dos poderes públicos, inclusive do governo federal, a Unilever sinalizou que reverteria sua decisão sobre as 150 demissões, mas, recentemente, voltou a reafirmar que elas irão ocorrer e de forma intransigente se recusa a abrir diálogo com os trabalhadores e o sindicato.

 

No encerramento da greve o sindicato divulgou um comunicado aos trabalhadores, com um balanço do resultado das 24 horas de paralisações e a lembrança de que o estado de greve se mantém podendo vir a ocorrer novas paralisações ou manifestações a qualquer momento. Veja o comunicado em anexo.

 

17/dezembro/2003

 

Unilever é denunciada no Ministério da Fazenda por violar diretrizes para multinacionais

 

A Central Única dos Trabalhadores (CUT), o Sindicato dos Químicos Unificados (Regional Vinhedo) e a Confederação Nacional dos Químicos (CNQ) denunciaram a Unilever ao Ponto de Contato Nacional (PCN) por violar as Diretrizes da OCDE para as empresas multinacionais. O PCN foi criado pelo Ministério da Fazenda este ano para promover e implementar as diretrizes da OCDE; responder a pedidos de informação; ajudar a resolver questões que possam surgir; participar de conversações entre as partes interessadas; cooperar com os Pontos de Contato Nacionais dos demais países; acompanhar e implementar as Decisões do Conselho da OCDE sobre as Diretrizes.

 

Na denúncia, a CUT afirma que no dia 02 de outubro a Unilever anunciou que sua unidade de produção de cremes dentais seria transferida para o município de Ipojuca (PE), provocando uma redução de 100 postos de trabalho na planta de Vinhedo (SP). A empresa noticiou também que mais 50 postos de trabalho serão reduzidos devido à automação das linhas de produção da planta de Vinhedo, o que levará a 150 demissões de trabalhadores.

 

Leia em anexo, na íntegra, o documento denúncia entregue no Ministério da Fazenda.

 

19/novembro/2003

 

Sindicato vai a Brasília e ministro do Trabalho promete ação para rever demissões na Unilever. Denúncias contra empresa serão apuradas.

 

 

Sindicalistas da Regional de Vinhedo e o ministro Jaques Wagner no início da audiência, em Brasília

 

O ministro do Trabalho e Emprego Jaques Wagner irá tomar iniciativas no sentido de reverter as 150 demissões anunciadas pela Unilever Brasil em sua unidade de Vinhedo. Além disso, irá orientar as DRTs – Delegacias Regionais do Trabalho dos municípios onde a multinacional tem plantas industriais no Brasil no sentido de fiscalizar e apurar as diversas denúncias sobre a multinacional de desrespeito aos direitos dos trabalhadores, inclusive de prevenção a doenças ocupacionais. O ministro Wagner tomou essa decisão em audiência realizada ontem (18 de novembro) no Ministério do Trabalho e Emprego, em Brasília, com dirigentes da Regional de Vinhedo do Sindicato Químicos Unificados (Campinas, Osasco e Vinhedo), com os deputados federal Luciano Zica e estadual Renato Simões, ambos do PT. A audiência ocorreu em razão da decisão da Unilever de demitir 150 trabalhadores da unidade em Vinhedo e de se recusar a negociar com o sindicato a busca de alternativas para manutenção dos postos de trabalho.

 

Caso nos próximos 15 dias a Unilever não abra negociações objetivas com o sindicato, a empresa será convocada para audiência no Ministério do Trabalho e Emprego na qual serão pedidas explicações sobre o fechamento dos 150 postos de trabalho em Vinhedo e sobre as denúncias de infrações à legislação trabalhista. No mesmo sentido, o deputado federal Zica protocolou na Câmara dos Deputados um pedido para que a Unilever seja questionada na Comissão do Trabalho.

 

Infrações trabalhistas

 

Em um relatório de 180 páginas entregue pelos sindicalistas ao ministro Wagner constam documentos que comprovam a ocorrência de doenças ocupacionais nos trabalhadores da Unilever em Vinhedo, como o estresse e LER – Lesões por Esforços Repetitivos entre outras, principalmente com origem no excessivo ritmo exigido na produção e por falta de medidas preventivas. Essas doenças ocupacionais já foram ratificadas em estudo promovido pelo Observatório Social (www.observatoriosocial.org.br). Constam também comprovações de que a multinacional desrespeita os direitos básicos dos trabalhadores e de liberdade dos mesmos de organização em entidade de classe previstos no Global Compact (que define princípios para as multinacionais, propostos pela ONU – Organização das Nações Unidas), as diretrizes para empresas multinacionais da OCDE – Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico e principalmente as normas da OIT – Organização Internacional do Trabalho. Assim, estas denúncias sobre a Unilever também serão encaminhadas à ONU.

 

Guerra fiscal

 

A Regional de Vinhedo também demonstrou, documentalmente, ao ministro Wagner que a Unilever é uma das empresas que hoje mais contribuem com o desemprego no Brasil, por duas razões básicas: a) uma agressiva reestruturação produtiva na qual os trabalhadores e as conseqüências sociais são desconsiderados, e b) estímulo à guerra fiscal entre estados e municípios. Das 150 demissões anunciadas, 100 se referem à transferência das linhas de produção de creme dental para Ipojuca, no estado de Pernambuco e 50 por causa da nova reestruturação produtiva que introduzirá paletizadores automáticos nas linhas de produção. A transferência da linha de produção de creme dental para Ipojuca tem o objetivo de reduzir salários e direitos dos trabalhadores pois, em Pernambuco, a empresa paga de 3 a 5 vezes menos os salários praticados em Vinhedo que estão na faixa de R$ 900,00 a R$ 2.000,00.

 

Os deputados Simões e Zica reforçaram ao ministro Wagner a necessidade de o governo Lula tomar medidas concretas para evitar que essa guerra fiscal entre estados e municípios e que a introdução de novas tecnologias e reestruturação produtiva não levem ao fechamento de postos de trabalho, agravando assim o já inaceitável índice de desemprego no Brasil.

 

13/novembro/2003

 

Ato contra as 150 demissões na Unilever em Vinhedo paralisa a produção por 4 horas

 

Com uma paralisação na produção durante quatro horas, os trabalhadores da Unilever Brasil em Vinhedo deram continuidade em 13 de novembro de 2003, à programação de mobilização para reverter as 150 demissões já anunciadas pela multinacional na unidade industrial. A paralisação teve início às 6 horas e teve a adesão total dos funcionários dos setores de produção e da administração, além dos contratados por meio de empresas terceirizadas.

 

O ato de protesto, organizado pela Regional de Vinhedo do Sindicato Químicos Unificados (Campinas, Osasco e Vinhedo), previa ainda uma passeata pela cidade que se encerraria com novo ato em frente à Prefeitura Municipal para pressionar o poder público local que, até o momento, não tomou qualquer iniciativa contra o fechamento destes 150 postos de trabalho em Vinhedo. No entanto, isso não foi possível devido às fortes chuvas. Essa programação será realizada nos próximos dias, juntamente a outras atividades que se desenvolverão no sentido de fazer com que a Unilever reverta as demissões anunciadas. Essas 150 demissões representam cerca de 20% do atual quadro de 700 trabalhadores da empresa. Do final de 2001 a março de 2002 ela já havia demitido 170 trabalhadores da unidade em Vinhedo.

 

A manifestação também fez parte da campanha salarial de 2003 da categoria, na qual a Unilever se recusa a abrir negociações específicas com o sindicato, não tendo nem mesmo respondido à pauta de reivindicações já protocolada pela entidade sindical.

 

Estiveram presentes representantes da CUT – Central Única dos Trabalhadores, da CNQ Confederação Nacional do Ramo Químico, sindicalistas da categoria de Campinas, Osasco, São José dos Campos, São Paulo e do ABC, do Sindicato dos Vidreiros de São Paulo e da Flaskô (fábrica ocupada pelos trabalhadores em Sumaré).

 

11/novembro/2003

 

Dia 13 (quinta-feira), início às 6 horas

 

Ato de protesto na Unilever contra as demissões

 

Em protesto contra o arbitrário fechamento de 150 postos de trabalho pela unidade da Unilever Brasil em Vinhedo e pela defesa do emprego de 150 trabalhadore(as) que serão demitidos, será realizado um ato de protesto na portaria principal da empresa, no dia 13 de novembro, com início às 6 horas. No decorrer do dia, o protesto também se estenderá para a frente da Prefeitura Municipal (Paço Municipal) de Vinhedo devido à absoluta inoperância, apatia e omissão do poder público local frente a essa grave situação que pesa sobre os trabalhadores da Unilever, e seus familiares, como também para economia do município. As 150 demissões agora anunciadas representam cerca de 20% do atual quadro de 700 funcionários da unidade industrial.

 

Em menos de dois anos, é a segunda vez que a Unilever Vinhedo promove demissões em massa. Do final de 2001 a março de 2002 ela demitiu 170 trabalhadores que, somados aos atuais 150 totalizam 340 postos de trabalhadores eliminados na unidade.

 

O ato está sendo organizado pela CUT – Central Única dos Trabalhadores em conjunto com a Regional de Vinhedo do Sindicato Químicos Unificados(Campinas, Osasco e Vinhedo). Estão com presença confirmada deputados federais e estaduais, vereadores da região, sindicalistas de várias categorias de trabalhadores e movimentos sociais e populares.

 

O Sindicato Químicos Unificados está convocando a população de Vinhedo e da região a participar do ato, por meio de uma Carta Aberta (veja abaixo).

 

A unidade da Unilever Brasil está localizada na Avenida das Indústrias nº 315, Distrito Industrial de Vinhedo. O acesso mais fácil é pelo trevo localizado no km 75 da rodovia Anhanguera e pegar a rodovia Vinhedo/Viracopos no sentido Vinhedo. A entrada para o Distrito Industrial está a cerca de 500 metros do trevo.

 

 

20/outubro/2003

 

Câmara de Vereadores de Vinhedo aprova Moção contra demissões na Unilever

 

Em razão das demissões anunciadas pela Unilever, os vereadores de Vinhedo aprovaram a seguinte moção de apoio aos trabalhadores:

 

“Considerando que:

 

A Unilever está no Brasil desde 1929, sendo hoje uma das maiores multinacionais em território brasileiro;

 

No último dia 02, quinta-feira, a Unilever anunciou que irá demitir 150 trabalhadores da unidade de Vinhedo;

 

É a segunda vez em um período de dois anos que a companhia anuncia uma demissão em massa em sua empresa instalada na cidade de Vinhedo, sem contar os diversos trabalhadores contratados por prazo determinado que não tiveram seus contratos renovados;

 

No anúncio anterior, quando 170 trabalhadores foram demitidos a empresa investiu em reestruturação produtiva na unidade de Vinhedo R$ 28.000.000 (vinte e oito milhões de reais);

 

Tal medida faz parte de uma estratégia mais ampla da empresa denominada “Caminho para o crescimento”.

 

Esta política objetiva enxugar a empresa para, paradoxalmente, crescer. No início de 2001 seu presidente mundial anunciou que estaria cortando 25000 postos de trabalho pelo mundo e fechando 100 empresas.

 

E estão cumprindo. Nos últimos três anos, diversas fábricas da Unilever no Brasil estão fechando, sofrendo reestruturação e demitindo trabalhadores;

 

Além disso, a meta da empresa é reduzir as 1600 marcas que detinha no ano de 2000, chegando a 400 até o final de 2004.

 

Ao contrário do que se possa imaginar a empresa aumenta seus lucros ano a ano. No Brasil, no ano passado faturou R$ 7.300.000.000 (sete bilhões e trezentos milhões de reais).

 

Como se percebe, o movimento da empresa é no sentido de desconsiderar quem realmente gera seus lucros, tratando-os como meros apêndices das máquinas, números a serem analisados em planilhas na Holanda e na Inglaterra (países onde ficam os executivos detentores do capital da multinacional);

 

Das 150 demissões anunciadas, 100 se referem à transferência das linhas de produção de creme dental para Ipojuca, no estado de Pernambuco e 50 por causa da nova reestruturação produtiva que introduzirá paletizadores automáticos nas linhas de produção.

 

A empresa alega que a mudança foi motivada pelas facilidades de logística e transporte além de ser um pólo exportador, localizado perto do porto de Suape. As contradições da empresa são ridiculamente evidentes.

 

Primeiro: Vinhedo está localizado muito próximo de três grandes rodovias (Bandeirantes, Anhanguera e Dom Pedro), do aeroporto de Viracopos, além de estar perto de portos e de grandes centros urbanos.

 

Segundo: o forte da empresa é o mercado interno, uma quantidade mínima de sua produção é destinada a exportação.

 

Terceiro: É preciso lembrar os dirigentes da Unilever que em outubro de 2002, com uma desculpa parecida, promoveram uma “guerra fiscal” entre os municípios de Louveira e Vinhedo, o que levou a empresa a mudar seu centro de distribuição para a cidade vizinha, causando um impacto negativo de R$ 1.819.267,01 (um milhão, duzentos e dezenove mil, duzentos e sessenta reais e um centavo) no orçamento municipal.

 

Quarto: é sabido que os salários pagos pela Unilever em Pernambuco são
de três a cinco vezes menores do que os pagos aqui em Vinhedo;

 

Quinto: outra coisa que está por trás de todo o falso discurso da multinacional é o incentivo fiscal oferecido no nordeste brasileiro.

 

Causa tristeza a maneira irresponsável como a Unilever está operando estas demissões. Todos os acordos internacionais que ela ratificou estão sendo frontalmente desrespeitados. O Global Compact (que define princípios para as multinacionais, proposto pela ONU), as Diretrizes para empresas multinacionais da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e principalmente as normas da Organização Internacional do Trabalho.;

 

A empresa não consultou os trabalhadores e seu sindicato, nem as autoridades da cidade antes de decidir que iria cortar postos de trabalho e o pior já saiu na imprensa definindo critérios para um Programa de Demissão Voluntária (PDV);

 

Das “vantagens” anunciadas, boa parte já se encontra de maneira parecida na Convenção Coletiva de Trabalho e ela teria que fazer querendo ou não. O item relativo a “suporte” para recolocação se trata de uma grande venda de ilusão.

 

Quase totalidade das pessoas que passaram por essa experiência ainda hoje se encontram com sérias dificuldades;
Por estas e outras razões os trabalhadores da Unilever (inclusive do setor administrativo) resolveram rejeitar a proposta de PDV e nos dias 07 e 08 paralisaram por aproximadamente 09 horas as atividades na empresa;

 

Por unanimidade foi votada uma pauta de reivindicação que centralmente exige a criação de um quarto turno, com redução da jornada de trabalho sem redução de salários para garantir os empregos;

 

Apesar das pressões de chefias e gerentes que ficaram na portaria da empresa para tentar constranger o movimento todos os trabalhadores se mantiveram firmes com a disposição de luta;

 

Há um clima de imensa insatisfação não só no interior da empresa, como também na cidade já que as últimas atitudes da empresa têm demonstrado que não existe nenhum tipo de garantia para os moradores de Vinhedo, principalmente para aqueles que nela trabalham;

 

A política que a empresa chama de “Caminho para o crescimento” quase nunca significa crescimento para seus trabalhadores. O crescimento dos seus lucros, tem significado demissões, fechamento de empresas e prejuízos para os países onde ela vem a procura de mão de obra farta e barata. Uma lógica amarga na qual não se divide os lucros e o crescimento, mas causa danos, exploração e prejuízos.

 

Além de todas as arbitrariedades do ponto de vista trabalhista é preciso dizer que no Brasil a Unilever comete vários outros absurdos constatados por pesquisas do Observatório Social: Desrespeito a liberdade sindical e a livre organização dos trabalhadores, reforço da heterogeneidade da realidade social dos trabalhadores nas diversas regiões do país onde localizam-se suas 16 empresas, precariedade na transmissão de informações para os trabalhadores e seus sindicatos e discriminação passiva de raça e gênero, terceirização, vários problemas com a saúde do trabalhador como L.E.R. e estresse;

 

Do ponto de vista da questão ambiental é importante tornar público que a Unilever apesar de ter certificação ISO 14001 e possuir um Sistema de Gerenciamento Ambiental, comete acidentes ambientais. No mês passado, contaminou a lagoa que fica no fundo de suas instalações promovendo uma matança de quase toda a fauna aquática e por conseqüência poluindo o Rio Capivari, um dos rios que abastece a região;

 

Além de tudo o que foi exposto, na Unilever de Vinhedo o ritmo de trabalho tem sido ampliado de maneira alucinante, aumentado o número de doenças de trabalho, o que na maioria dos casos não são reconhecidos pela empresa.
Mesmo assim, a empresa continua destratando aqueles que por anos geraram suas riquezas, inclusive fazendo ameaças e pressão psicológica nas linhas de produção.

 

A Câmara Municipal de Vinhedo vem através da presente prestar solidariedade a luta dos trabalhadores da Unilever de Vinhedo, que juntamente com seu Sindicato representativo exigem a manutenção dos postos de trabalho.

 

Por todo o exposto, repudiamos a prática da empresa e solicitamos que a mesma negocie uma alternativa para a situação.”

 

Vinhedo, 13 de outubro de 2003

 

10/outubro/2003

 

Unilever anuncia 150 demissões em Vinhedo

 

Quase 20% do atual quadro de 700 trabalhadores na planta

 

 

 

Diretores do Unificados falam sobre demissões e sobre a Campanha Salarial 2003 a trabalhadores da Unilever

A Unilever em Vinhedo anunciou que irá demitir 150 trabalhadores a partir de março de 2004 em razão da transferência para Ipojuca, no estado de Pernambuco, da fabricação de creme dental e também por automatização na linha de produção na unidade. Esse número representa quase 20% do total de trabalhadores na planta de Vinhedo. O processo de demissão está sendo implantado de forma arbitrária, inclusive de um PDV – Plano de Demissão Voluntária, sem qualquer negociação com o sindicato e com os trabalhadores. Por essa razão, nos dias 7 e 8 de outubro os trabalhadores pararam a produção por 9 horas nos três turnos, exigindo a abertura de negociações para a preservação dos postos de trabalho.

 

O sindicato e os trabalhadores não aceitam as demissões e nem mesmo o PDV, pois este pouco avança além das obrigações rescisórias já garantidas em lei, e querem a implantação de um quarto turno e a redução da jornada, sem redução nos salários, o que evitaria as demissões. Do final de 2001 a março de 2002 a Unilever Vinhedo também promoveu a demissão de 170 trabalhadores.

 

Redução dos salários

 

A transferência da linha de produção de creme dental para Ipojuca tem o objetivo de reduzir salários e direitos dos trabalhadores. Em Pernambuco, a empresa paga de 3 a 5 vezes menos os salários praticados em Vinhedo que estão na faixa de R$ 900,00 a R$ 2.000,00. A justificativa oficial da empresa é que Ipojuca apresenta “facilidades de logística e transporte, além de ser pólo exportador localizado próximo ao porto de Suape”. No entanto, essa razão não se sustenta pois é irrelevante a produção para exportação na Unilever e Vinhedo é servida pelas rodovias Anhanguera, Bandeirantes e D. Pedro I, além da proximidade do Aeroporto de Viracopos e do porto de Santos.

 

“Caminho para o crescimento”

 

As atuais demissões na Unilever Vinhedo bem como as realizadas em 2001/2002 e a transferência da linha de produção para Pernambuco fazer parte de uma estratégia mais ampla da empresa, denominada como “Caminho para o Crescimento”. No início de 2001, quando anuncio este plano, a Unilever divulgou que fecharia cerca de 25 mil postos de trabalho em vários países, que fecharia cerca de cem unidades de produção e que reduziria as cerca de 1.600 marcas que detinha para 400 até o final de 2004. Após esse anúncio, foram fechadas fábricas da Unilever em Jundiaí, Rio de Janeiro e em Vespasiano. No Brasil, o lucro da Unilever em 2002 foi de R$ 7,3 bilhões, mantendo a média de crescimento de 6% ao ano.

 

Rompendo acordos

 

A forma como a Unilever Vinhedo está fazendo essas demissões fere diversos acordos internacionais por ela ratificados, que dizem respeito aos direitos dos trabalhadores, como por exemplo o Global Compact (que define princípios de atuação pelas multinacionais, definidos pela ONU – Organização das Nações Unidas), as diretrizes para multinacionais da OCDE – Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, e, principalmente, as normas da OIT – Organização Internacional do Trabalho.

 

Pesquisa realizada pelo Observatório Social (O projeto de criação do Observatório Social surgiu a partir do debate sobre a adoção de cláusulas sociais e ambientais nos acordos de comércio internacional – www.observatóriosocial.org.br) denunciam sobre a Unilever, entre outros: a) desrespeito à liberdade sindical e à livre organização dos trabalhadores, b) reforço da heterogeneidade da realidade social dos trabalhadores nas diversas regiões do país onde se localizam suas 16 empresas, c) precariedades na transmissão de informações para os trabalhadores e seus sindicatos, d) discriminação passiva de raça e gênero, e) terceirização, f) vários problemas de saúde dos trabalhadores por excessivo ritmo da produção, como por exemplo estresse e LER – Lesões por Esforços Repetitivos.

 

Caminhos

 

O Sindicato dos Químicos Unificados, por sua Regional de Vinhedo, e os trabalhadores não irão aceitar passivamente essa unilateral decisão da empresa, que também causa prejuízos ao município de Vinhedo e à região. Novas manifestações estão programadas e serão realizadas até que a Unilever aceite negociar uma alternativa que não leve mais famílias ao desemprego, em uma prática arbitrária que prioriza o lucro sempre em sacrifício da sociedade, da vida e dos trabalhadores.

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